Grãos registram queda em Chicago após Argentina reduzir imposto


Grãos registram queda em Chicago após Argentina reduzir imposto Reprodução

O governo da Argentina anunciou nesta segunda-feira (22/9) a suspensão, até 31 de outubro, dos impostos de exportação, conhecidos no país como “retenciones”, que incidem sobre grãos e seus derivados, além de carnes bovina e de frango. Segundo o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, a medida tem como objetivo “gerar um aumento da oferta de dólares nesse período”.

A decisão deve acelerar as exportações de produtos agrícolas argentinos, pressionando as cotações de grãos no mercado internacional. Na bolsa de Chicago, os lotes de soja para novembro fecharam o dia com queda de 1,41%, a US$ 10,11 o bushel. Os contratos de trigo com vencimento em dezembro recuaram 2,25%, para US$ 5,1075 o bushel, enquanto os lotes de milho para dezembro caíram 0,53%, a US$ 4,2175 o bushel.

De acordo com Luiz Pacheco, analista da T&F Consultoria Agroeconômica, a expectativa de aumento das exportações argentinas pressionou ainda mais a soja em Chicago, que já estava sob impacto depois que, na sexta-feira (19/9), os líderes da China e dos Estados Unidos não chegaram a um consenso sobre disputas tarifárias. Xi Jinping e Donald Trump conversaram por telefone, mas não houve definição de acordo comercial.

“Ainda que os dois países cheguem a um consenso, a China não vai precisar comprar mais soja até o fim do ano. A margem de esmagamento deles está muito apertada, e os estoques são suficientes [para cobrir a demanda] até dezembro”, afirmou Pacheco.

Ariel Nunes, analista da Gran Center Commodities, afirma que a suspensão das retenciones faz as cotações da soja caírem. No entanto, observa ele, como a Argentina representa uma pequena parcela do comércio global da soja em grão, o efeito deve ser pontual. “Acredito que Argentina vai priorizar o processamento no mercado interno, com a indústria local optando por pagar mais para ficar com o grão”, avaliou.

Reservas em baixa

Ao suspender as retenciones, o governo de Javier Milei buscará estimular a entrada de US$ 7 bilhões no país, segundo o Diário Oficial da Argentina. Antes da suspensão, a alíquota de exportação de soja em grão era de 26%, e de farelo e óleo, de 24,5%. Para milho e trigo, a tarifa era de 9,5%, e para carnes bovina e de frango, 5%.

Com isso, espera-se aumentar o ingresso de dólares no Banco Central, que enfrenta pressão devido à baixa de reservas. Na semana passada, o BC argentino “queimou” mais de US$ 1 bilhão em reservas para tentar conter a desvalorização do peso e dos títulos da dívida, consequência da derrota do partido de Milei nas eleições da província de Buenos Aires. Nesta segunda, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, prometeu apoio financeiro à Argentina.








Gustavo Idígoras, presidente da Ciara-CEC, entidade que representa os exportadores, declarou em rede social que “apoia toda medida que represente a eliminação das retenciones, ainda que temporariamente”.




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