UE volta a comprar frango do Brasil, e China ainda faz avaliação

Folha de S. Paulo
UE volta a comprar frango do Brasil, e China ainda faz avaliação reprodução

A partir desta terça-feira (23), a União Europeia volta ao mercado brasileiro de frango. O bloco havia fechado as portas ao produto brasileiro no primeiro caso de gripe aviária no Brasil, ocorrido no Rio Grande do Sul, em maio. Coincidentemente, a China, outro grande importador da proteína, está no país nesta semana para avaliar como o Brasil administrou a ocorrência desse primeiro caso da doença.

Para o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, são dois mercados distintos, mas muito importantes para o Brasil. “A União Europeia agrega valor ao produto ao comprar peito, e a China é o grande comprador de pés, um produto de valor para eles.” O complemento dessas duas situações é importante, uma vez que a União Europeia volta, e há também a expectativa de um retorno da China após essa auditoria. Com isso, o comércio fica completamente normalizado, afirma o ministro.

Fávaro diz que a União Europeia é um mercado muito exigente, e a aprovação dos europeus mostra a robustez do sistema de segurança sanitária brasileiro. Ele afirma, no entanto, que o sistema nacional está tão desenvolvido que não é mais necessária a aprovação da União Europeia e dos Estados Unidos para arrastar outros países para o mercado do Brasil, como ocorria antes.

Ricardo Santin, presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), diz que a reabertura da União Europeia é um ponto muito positivo, uma vez que não são muitos os países que consomem peito de frango. Esse é um mercado premium, e vai ajudar na remuneração das empresas.

Santin também destaca a evolução da defesa sanitária no Brasil. Nenhum país mais está livre da gripe aviária, que circula pelo mundo todo, mas o Brasil mostrou que, com transparência e rapidez, pode enfrentar novos casos, se vierem a ocorrer. Desde 2013, o país já tinha um grupo de estudos para avaliar a eventual chegada da doença ao Brasil.

Fávaro diz que o mercado importador tem direito de exigir transparência, rastreabilidade, boas práticas e evolução nos protocolos. “Tudo isso é legítimo na relação comercial, mas não pode dizer que o produto brasileiro não tenha qualidade.”

Os números da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) mostram como é importante o retorno da União Europeia e o da China ao mercado brasileiro. Os europeus, em abril deste ano, mês que antecedeu a ocorrência da doença em granja comercial do Brasil, importaram 26,8 mil toneladas de carne de frango do Brasil. No mês passado, o volume foi de apenas 2.704 toneladas, e se restringiu a carne cozida.

Já a China, que ainda não tem data para o retorno, comprou 52 mil toneladas em abril, saindo fora do mercado nos meses seguintes. O retorno da União Europeia, que deverá importar próximo de 26 mil toneladas no próximo mês, e uma eventual volta da China ainda neste ano deverão elevar o volume exportado de 2025 para um patamar próximo ao do recorde de 5,3 milhões de toneladas em 2024. “Isso já seria uma grande vitória”, diz Santin.









Não só o país está mais bem preparado para novos casos de gripe aviária, como o importador também está melhor informado sobre o sistema sanitário brasileiro. A ocorrência da doença no Brasil colocou o sistema brasileiro em evidência, e os importadores receberam informações bem fundamentadas do estado sanitário, diz o presidente da ABPA.




Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.