Lula tenta novo aceno a evangélicos e diz que a religião não se deve ser usada para dividir a sociedade

O Globo
Lula tenta novo aceno a evangélicos e diz que a religião não se deve ser usada para dividir a sociedade Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira que a religião não deve ser usada como instrumento para dividir a sociedade. A declaração foi feita durante entrevista ao podcast Papo de Crente, pertencente a um canal evangélico mais alinhado à agenda do petista. A participação de Lula representa mais uma tentativa de aproximação com o público evangélico, que votou majoritariamente em Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022.

Na entrevista, Lula destacou seu esforço em "juntar todo o povo brasileiro, respeitando todas as religiões" e criticou o uso de igrejas como palanque político. O presidente afirmou que, durante campanhas eleitorais, não irá a templos religiosos, sejam evangélicos ou católicos, reforçando sua crença de que "Deus está em todo lugar". Ele também rebateu acusações feitas por líderes religiosos:

— "De vez em quando fico sabendo dessas mentiras, que algum pastor falou tal coisa, falou que o Lula fechou igreja, a minha crença é que Deus está em todo lugar. Deus está vendo quem está mentindo e quem está falando a verdade. E eu espero que a sabedoria de Deus passe na cabeça dessas pessoas. Para fazer as pessoas entenderem corretamente quem está falando a verdade, quem está mentindo" — declarou.

Ao final da entrevista, a primeira-dama Janja participou cantando o louvor “Deus Cuida de Mim”, de Kleber Lucas, junto com uma das apresentadoras do podcast.


Desafios com o público evangélico

Lula continua enfrentando resistência entre o eleitorado evangélico, apesar dos esforços para aproximar-se desse grupo. De acordo com uma pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta semana, 61% dos evangélicos desaprovam o governo, enquanto 35% manifestam aprovação à gestão atual. Embora a diferença ainda seja significativa, caiu para 26 pontos percentuais, marcando o menor índice registrado neste ano — em julho, a distância chegou a 41 pontos.

A entrevista foi exibida em um canal que traz conteúdos populares, como o vídeo intitulado "Coalizão de evangélicos contra Bolsonaro". O candidato do PT enfrenta barreiras importantes para conquistar o apoio desse público, que, nas eleições de 2022, majoritariamente apoiou Jair Bolsonaro. Esse alinhamento se deu, em grande parte, pela menor identificação dos evangélicos com pautas progressistas, frequentemente associadas a divergências de fé.


Críticas ao Parlamento

Durante o mesmo programa, Lula criticou a postura de parlamentares, afirmando que "a maioria dos deputados não são trabalhadores, não tem compromisso com os trabalhadores". A fala ocorre em meio à tentativa do governo de avançar na Câmara dos Deputados com o projeto que isenta de Imposto de Renda pessoas que recebem até R$ 5 mil. Segundo o presidente, o projeto enfrenta dificuldades devido ao clima desfavorável no Parlamento.

— "São gente de classe média alta que pouco tá ligando para o povo" — disse Lula.


A crítica foi feita na mesma semana em que a Câmara aprovou a PEC da Blindagem, que exige aval do Legislativo para que parlamentares sejam processados na Justiça, e a urgência do projeto de anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. Lula se posiciona contra ambos os textos.





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