Lula provoca Bolsonaro, o chama de "frouxo" e rejeita pedir Pix

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez provocações indiretas ao ex-presidente Jair Bolsonaro durante o lançamento do Plano Safra Empresarial 2025/2026, realizado nesta terça-feira (1º) no Palácio do Planalto.
“Nunca vou pedir para vocês fazerem um Pix para mim... Nunca... Guarda o seu dinheiro para pagar os seus funcionários, eu não quero Pix. E jamais vou pedir anistia antes de ser condenado”, declarou Lula à plateia composta por empresários do agronegócio.
“Quem é frouxo não deveria fazer bobagem, quem não tem coragem não deveria fazer bobagem, quem não mede o erro das consequências não deveria fazer bobagem. Este País está precisando de um pouco de seriedade”, acrescentou o presidente, em tom crítico.
Embora não tenha citado Jair Bolsonaro nominalmente, o petista se referiu à campanha de doações via Pix organizada pelo ex-presidente, que, segundo Lula, já arrecadou R$ 17 milhões. Esses recursos, afirmou, estariam sendo usados para custear advogados, pagar multas aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) relacionadas à suposta tentativa de golpe de Estado, além de sustentar o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, que se encontra em autoexílio nos Estados Unidos e de lá faz pedidos por sanções internacionais contra o ministro Alexandre de Moraes.
A menção à anistia também tem conexão com eventos recentes. No último domingo (29), Jair Bolsonaro liderou uma manifestação na Avenida Paulista com cerca de 12,4 mil pessoas — o que foi sua convocação com menor adesão até agora. Durante o ato, os manifestantes pediram “justiça já” e anistia para os presos dos atos de 8 de janeiro.
No mesmo evento, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu a “anistia” e a “pacificação”, além de incitar a plateia a gritar “fora, PT”. Freitas é apontado como possível nome da direita para a disputa presidencial de 2026, já que Bolsonaro está inelegível até 2030 e ainda não indicou sucessor.
A fala de Lula reforça o clima de tensão entre o atual governo e o ex-presidente, enquanto o país acompanha as movimentações políticas que antecedem o próximo ciclo eleitoral.