Homens têm mais prazer que mulheres durante o sexo anal, revela novo estudo

O GLOBO
Homens têm mais prazer que mulheres durante o sexo anal, revela novo estudo Questões anatômicas e culturais influem no prazer no sexo anal — Foto: Freepik

Homens têm mais probabilidade de alcançar o orgasmo somente com a estimulação anal do que as mulheres, revelou um novo estudo publicado na revista científica Sexual Medicine.

A pesquisa foi realizada por meio de um questionário online distribuído na plataforma Qualtrics e revisado por uma equipe do Cedars-Sinai Medical Center, nos Estados Unidos. No total, 498 mulheres cisgênero e 466 homens cisgênero completaram o questionário em junho de 2020.

Os pesquisadores buscavam preencher uma lacuna histórica nas pesquisas sobre saúde sexual humana. Estudos anteriores sobre sexo anal focavam, em sua maioria, nos riscos à saúde, como a transmissão de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como o HIV. Poucos trabalhos se dedicaram exclusivamente ao estímulo e prazer derivados da prática.

Além disso, a maioria das pesquisas anteriores concentrava-se em mulheres heterossexuais ou homens que fazem sexo com homens, ignorando as experiências de homens heterossexuais, mulheres lésbicas e bissexuais, entre outros grupos.

Neste novo estudo, os participantes foram questionados se já haviam praticado sexo anal receptivo. Aqueles que responderam “sim” visualizaram diagramas anatômicos do reto divididos em quatro zonas: anterior superficial, posterior superficial, anterior profunda e posterior profunda. Em seguida, indicaram quais regiões consideravam prazerosas durante a prática com um parceiro. Também foram questionados sobre se já haviam experimentado orgasmo nessa modalidade, isoladamente ou com estímulo a outras partes do corpo.

Os participantes foram selecionados para refletir a distribuição demográfica da população adulta dos EUA com base no Censo de 2010, e as respostas foram ponderadas de acordo. A faixa etária dos participantes variava de 18 a mais de 60 anos e incluía diversas orientações sexuais: heterossexual, gay, bissexual e assexual.

Cerca de um terço das mulheres e um quarto dos homens relataram já ter praticado sexo anal receptivo. As mulheres relataram essa prática com mais frequência do que os homens, especialmente as de meia-idade. Entre os homens, os mais velhos foram os que menos relataram envolvimento com essa prática.

Participantes gays ou bissexuais tinham mais probabilidade de relatar experiências com sexo anal receptivo do que os heterossexuais. Homens bissexuais, em especial, indicaram prazer em várias regiões do reto, enquanto homens heterossexuais foram os menos propensos a relatar prazer em qualquer zona retal.

Ao identificar áreas específicas de prazer no reto, a maioria apontou a região anterior superficial como mais prazerosa — tanto homens quanto mulheres. Essa área está na parte frontal do reto, próxima à próstata nos homens e a estruturas sensíveis nas mulheres, como partes do clitóris e ramos do nervo pudendo.

De acordo com os cientistas, aspectos anatômicos e neurológicos ajudam a explicar por que essa região está comumente associada ao prazer. Em contraste, as regiões mais profundas e posteriores foram menos frequentemente indicadas como fontes de prazer.

A próstata, por sua vez, é frequentemente apontada como uma potencial fonte de orgasmo em pessoas designadas como homens ao nascer. Sua proximidade com a parede anterior do reto pode explicar por que muitos relataram orgasmos apenas com sexo anal receptivo.

Para as mulheres, a experiência depende mais da estimulação do clitóris, além de ser influenciada por expectativas culturais ou estigmas internalizados em relação ao sexo anal.

A orientação sexual também influenciou as experiências relatadas. Homens gays e bissexuais tinham mais probabilidade de se engajar na prática e de identificar múltiplas zonas prazerosas no reto. Já os homens heterossexuais mostraram menor propensão a se envolver ou considerar prazerosa a prática — o que pode estar ligado a estigmas culturais que associam prazer anal à homossexualidade, inibindo a exploração sincera dessa forma de prazer.














A idade também se mostrou um fator relevante. Mulheres de meia-idade relataram mais experiências com sexo anal receptivo, enquanto os homens mais velhos foram os menos propensos. Já os adultos mais jovens, de ambos os sexos, apresentaram maior abertura para considerar uma ou mais zonas do reto como prazerosas, o que sugere uma maior aceitação da prática e consciência corporal entre as novas gerações.




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