Os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protocolaram um novo pedido nesta sexta-feira (16) para que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), adie os depoimentos da ação penal que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

A solicitação, assinada pelo advogado Celso Vilardi, sustenta que o volume de provas reunidas no processo é excessivo e que existem dificuldades técnicas para o download completo dos arquivos.

As oitivas de testemunhas do chamado núcleo 1 — apontado como responsável por liderar a articulação golpista — estão previstas para começar na próxima segunda-feira (19).

De acordo com a defesa, nesta semana, a Polícia Federal disponibilizou três links com cerca de 40 terabytes em provas. “Em uma conta simples, considerando uma velocidade de internet de 500 Mbps [megabytes], só o download dos arquivos compactados demoraria quase 178 horas de trabalho ininterrupto. Mais de uma semana. Portanto, o efetivo acesso ao material probatório inserido nos links só será possível depois de iniciada as audiências”, argumentam os advogados no documento.

Essa é a segunda tentativa da defesa de adiar os depoimentos. Na última terça-feira (13), os representantes de Bolsonaro já haviam alegado que ainda não tiveram acesso a todo o conteúdo da investigação, razão pela qual só poderiam se manifestar após a devida análise das provas.