Senadores do PT e ministros apoiam CPI do INSS

O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, manifestou apoio à criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar o escândalo dos descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS. Apesar de se mostrar favorável à investigação, ele ponderou os possíveis efeitos colaterais de uma comissão parlamentar.
“Eu também, pessoalmente, sou a favor da CPMI. Porque acho que a sociedade merece essa resposta por parte do Parlamento”, declarou Wolney nesta quinta-feira (15/5), em audiência na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado. Em tom de cautela, acrescentou: “Mas eu tenho medo de que, instalada a CPMI, ela vire um palco político, atrase os ressarcimentos, que possa atrapalhar as investigações. É uma coisa que já aconteceu em outras vezes”.
O escândalo, revelado por uma série de reportagens do portal Metrópoles desde dezembro de 2023, envolve entidades suspeitas de aplicar descontos indevidos em benefícios do INSS, utilizando nomes de laranjas para registrar cobranças ilegais, o que levou à abertura de inquérito na Polícia Federal.
Durante a mesma sessão, o líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (PT-SE), anunciou que a bancada petista irá apoiar a criação da CPMI. Contudo, fez uma ressalva importante quanto ao escopo da investigação.
“O PT vai assinar essa CPI, e nós vamos investigar, olhando na linha do tempo todos os fatos e todas as pessoas, como fizemos na CPI da Covid e na CPI do 8 de Janeiro”, afirmou Carvalho. Segundo ele, o apoio está condicionado à alteração do “fato determinado” da CPI, de forma que a apuração envolva todas as gestões envolvidas, sem viés partidário. “Não vamos apoiar CPI para fazer palanque político de um lado”, completou.
Nos últimos dias, parlamentares da oposição formalizaram o pedido de instalação da comissão, que agora ganha tração com a adesão de membros da base do governo.