Banco Central eleva a 14,75%, maior nível em quase duas décadas

O Banco Central aumentou a taxa Selic para 14,75% ao ano, marcando a maior taxa desde 2006. A decisão foi tomada após seis elevações consecutivas dos juros, com o objetivo de controlar a inflação persistente.
Com o cenário de incerteza e altos juros, o Comitê de Política Monetária (Copom) optou por não fazer previsões sobre os próximos passos, destacando a necessidade de cautela e flexibilidade para avaliar novos dados. O BC também sinalizou que a política monetária deve permanecer em patamar elevado por um longo período para garantir que a inflação chegue à meta de 3% a partir de 2025.
"O cenário continua com expectativas desancoradas e alta pressão no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária contracionista por um longo período", afirmou o BC em comunicado. As projeções atuais indicam uma inflação de 4,8% em 2025, diminuindo para 3,6% até 2026.
A análise de riscos foi ajustada, equilibrando as ameaças de alta e baixa para a inflação. A redução nos preços das commodities foi apontada como um risco de baixa, enquanto a atividade econômica desacelerando mais do que o previsto é vista como risco de alta.
Além disso, o BC destacou os impactos da política comercial dos Estados Unidos, especialmente com o aumento de tarifas, o que traz incertezas para a economia global. A volatilidade dos ativos também tem afetado as condições financeiras, exigindo mais cautela.
O aumento da Selic já era esperado pelo mercado, com a maioria das instituições financeiras antecipando a elevação para 14,75%. O BC já havia sinalizado em março que as próximas elevações seriam mais moderadas, considerando a situação econômica adversa.