As instituições financeiras liberaram R$ 10,1 bilhões em crédito para trabalhadores do setor privado com carteira assinada, por meio da nova linha de crédito consignado com garantia do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A informação foi divulgada pelo Ministério do Trabalho e do Emprego nesta quarta-feira (7).

Embora ainda distante da previsão de mais de R$ 100 bilhões em três meses, o valor está dentro das expectativas iniciais do governo e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que acreditam no fortalecimento gradual dessa linha de crédito.

Nesta modalidade, as parcelas são descontadas diretamente do salário do trabalhador. O empréstimo permite que qualquer funcionário com carteira assinada use até 10% do saldo do FGTS como garantia e, em casos de demissão sem justa causa, também pode utilizar 100% da multa rescisória (40% do saldo do FGTS).

O crédito, disponível desde 21 de março na carteira de trabalho digital e desde 25 de abril pelos canais dos bancos, também permitirá a "portabilidade" a partir de 16 de maio, possibilitando a migração de uma dívida antiga para outro banco com melhores condições.

Segundo o Ministério do Trabalho, os bancos devem trabalhar para migrar cerca de R$ 85 bilhões dos R$ 320 bilhões de empréstimos existentes na linha de crédito conhecida como "CDC" (crédito direto ao consumidor).

De acordo com o Banco Central, a taxa média do consignado para o setor privado teve um leve aumento em março, chegando a 3,02% ao mês, comparado a 2,90% em fevereiro. A taxa atual é a mais alta desde novembro de 2022, e supera a taxa cobrada para servidores públicos e aposentados do INSS.