Novo ministro da Previdência deve enfrentar forte pressão política

O novo ministro da Previdência, Wolney Queiroz, assumiu o cargo em meio a um cenário de intensa pressão política. O parlamentar enfrentará uma série de pedidos de convocação de oposicionistas para que se explique no Congresso sobre o escândalo envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que causou descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas.
Um dos principais nomes que deve apresentar requerimentos para convocar o ministro é o senador Sérgio Moro (União-PR), membro da Comissão de Transparência, Governança e Fiscalização do Senado. O parlamentar, que tem sido um crítico da gestão anterior na pasta, afirmou que, como Queiroz era pessoa de confiança do ex-ministro Carlos Lupi, ele precisará esclarecer a omissão do ministério e se o novo titular da pasta não representa apenas a continuidade de uma administração que facilitou o "roubo aos aposentados". “Agora, Queiroz ficará sob fogo cruzado”, destacou Moro, lembrando que uma audiência com Lupi já estava marcada antes de sua saída do governo.
A pressão sobre o ministro será intensa, com parlamentares exigindo explicações sobre as medidas concretas que o governo tomará para ressarcir os aposentados e pensionistas que foram prejudicados pelos descontos indevidos. Além disso, Queiroz terá que responder sobre sua participação na reunião em que Lupi foi alertado sobre as denúncias envolvendo o INSS.
A escolha de Wolney Queiroz para o cargo de ministro da Previdência faz parte de uma estratégia do governo para garantir a fidelidade do PDT como aliado. Interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacam que Queiroz, além de ter sido o número 2 de Lupi na pasta, é considerado “muito orgânico” dentro da bancada do partido na Câmara, o que facilita o diálogo com os parlamentares que ameaçam abandonar a base aliada.
Com uma tarefa complexa pela frente, Queiroz terá que lidar com o fogo cruzado político e, ao mesmo tempo, tentar reverter a crise que envolve a pasta da Previdência, buscando uma solução que reponha a confiança dos beneficiários do INSS e da opinião pública no governo.