Jorge Caiado vira réu e pede à Justiça para não ser preso. Deputado pede sua exoneração dos quadros da Alego

De acordo com o MPGO, “Jorge usou o prestígio na Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás e a proximidade com policiais militares” para ajudar Cacai a planejar o crime


Jorge Caiado vira réu e pede à Justiça para não ser preso. Deputado pede sua exoneração dos quadros da Alego

A defesa de Jorge Caiado, primo do governador Ronaldo
Caiado, apresentou um habeas corpus preventivo na 42ª Câmara Criminal do
Tribunal de Justiça de Goiás, pedindo para que ele não seja preso. O pedido de
liminar para evitar sua prisão foi negado no domingo (24) pela desembargadora
Rozana Camapu.

A denúncia contra Jorge Caiado foi aceita na última
sexta-feira (22), pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Anápolis. O advogado de
Jorge Caiado, Luiz Inácio Medeiros Barbosa, afirmou que os documentos foram
protocolados em resposta a especulações na mídia sobre um possível pedido de
prisão preventiva por parte do MP-GO. Em sua manifestação voluntária enviada à
Justiça de Anápolis na segunda-feira, a defesa negou qualquer envolvimento com
a morte de Escobar e qualquer influência sobre a Secretaria de Segurança
Pública do Estado.

Carlos César Savastano de Toledo, o Cacai, ex-auxiliar do
governo e ex-presidente do União Brasil de Anápolis, é réu como mandante do
crime e está foragido desde novembro, com um mandado de prisão preventiva em
aberto. Três outros PMs são réus: Glauko Olívio De Oliveira, Thiago Marcelino
Machado e Érick Pereira da Silva, que estão presos desde setembro como parte da
investigação.

A defesa argumenta que, apesar do extenso material nos
autos, incluindo mais de duas mil páginas, dezenas de depoimentos e várias
medidas investigativas, a decisão de acolher a denúncia se baseou apenas em
dois depoimentos apressados, juntamente com uma série de reportagens anônimas.

O advogado também alega que Jorge compareceu voluntariamente
aos autos, demonstrando interesse genuíno na boa tramitação do processo e
destacando que é funcionário público, ainda ocupando o cargo de assessor
técnico da Diretoria Parlamentar.

A defesa contesta a alegação de que Jorge tenha influência
sobre a SSP e a PM-GO, argumentando que ele não possui cargo de chefia no
governo estadual que lhe conceda tais prerrogativas.

Ronaldo Caiado refutou qualquer ligação entre as mudanças na
Polícia Militar e o caso Fábio Escobar. Ele afirmou: "Essas substituições
não são incomuns. Mudanças no comando da Polícia são normais e são decisões da
Segurança Pública do Estado de Goiás".

Nesta segunda (25) o governador finalizou as mudanças no
Comando-Geral da Polícia Militar, que incluíram a substituição do titular e de
outros seis "comandantes", incluindo a esposa do coronel Newton Nery
Castilho, ex-secretário da Casa Militar, cujo depoimento ao MP-GO desencadeou a
denúncia contra Jorge Caiado.

No final da tarde, antes mesmo da oficialização da transição
no Comando-Geral, o novo líder da PM-GO, coronel Marcelo Granja, Caiado retirou
o coronel Newron Castilho de sua função como Assistente Policial Militar no
Congresso Nacional, em Brasília, e o transferiu para uma posição de
ajudância-Geral em Goiânia.

Mais tarde, durante a solenidade de passagem de comando da
Polícia Nacional, Caiado demonstrou irritação com perguntas relacionadas a
Jorge Caiado.

Além da substituição do coronel André Henrique Avelar de
Sousa pelo coronel Marcelo Granja como comandante-geral, o governador também
exonerou a coronel Núria Guedes da Paixão e Castilho, esposa do coronel
Castilho, do cargo de comandante de Gestão e Finanças.

Das sete mudanças, Núria é a única para a qual ainda não foi
nomeado um substituto, e sua nova designação não foi especificada no decreto
assinado pelo governador. No documento emitido pelo coronel Granja mais tarde
naquele dia, ela foi transferida para a função de chefe da Quarta Seção do
Estado-Maior Estratégico.

O coronel Karison Ferreira Sobrinho, comandante de Apoio
Logístico e Tecnologia da Informação da PM, também foi exonerado. Informações
de bastidores sugerem que Karison fez críticas a alegadas irregularidades em
promoções por atos de bravura em uma recente reunião do comando, o que gerou
acaloradas discussões internas. Ele foi transferido para a função de chefe da
Oitava Seção do Estado-Maior Estratégico.

No seu depoimento, Castilho alegou que os policiais
militares envolvidos no assassinato de Escobar teriam sido atraídos por
promessas de promoção e progressão na carreira. Ele também afirmou que Jorge
Caiado está diretamente envolvido nas nomeações para cargos de liderança nas
forças de segurança e no reconhecimento de atos de bravura.

Como parte das mudanças, o coronel Énio José Carlos Hans
assume como subcomandante-geral, substituindo o coronel Clives Pereira Sanches,
que foi transferido para a Gerência de Ação Integrada do Departamento Estadual
de Trânsito (Detran).

Segundo os promotores na denúncia, Jorge teria utilizado sua
"influência na SSP e sua proximidade com policiais militares" para
auxiliar Cacai no planejamento do assassinato de Escobar, ocorrido em junho de
2021 em Anápolis. Antes do coronel Castilho, o coronel Benito Franco também
prestou depoimento afirmando que Jorge e Cacai estiveram em seu gabinete, onde
teriam solicitado o assassinato de Escobar. O ex-chefe da Casa Militar
corroborou essa versão.

Em resposta, a defesa de Jorge Caiado afirmou que os
depoimentos dos dois coronéis "expressaram suas opiniões pessoais sobre a
autoria do crime, com um teor vingativo", e criticou o fato de o MP-GO ter
baseado sua denúncia "exclusivamente" nesses depoimentos. A defesa
pediu que o MP-GO e a Polícia Civil de Goiás intensificassem suas investigações
para identificar os verdadeiros responsáveis pelo crime.

Além disso, a defesa sugeriu que, seguindo a mesma linha de
investigação que levou ao aditamento da denúncia, que inclui o uso de
reportagens jornalísticas como fonte de informação, investigasse-se a origem
das grandes movimentações financeiras dos policiais denunciados, conforme
relatado pela imprensa, para identificar possíveis mandantes do crime.

As investigações não detalharam os registros de R$ 11
milhões nas contas de dois policiais, que aparecem em inquéritos relacionados a
outras seis mortes supostamente ligadas ao caso Fábio Escobar. No depoimento, o
coronel Castilho também defendeu a necessidade dessa apuração.

De acordo com as investigações, o motivo do assassinato
seria o conflito entre Escobar e Cacai, que trabalharam juntos na campanha do
governador Ronaldo Caiado em Anápolis, em 2018. A denúncia inicial aponta que
Escobar, insatisfeito com a não realização de uma promessa de cargo feita por
Cacai, começou a divulgar na imprensa e nas redes sociais informações
prejudiciais sobre ele. Isso teria levado Toledo a expressar seu desejo de
vingança a pessoas próximas.

O inquérito das mortes foi concluído pela Delegacia Estadual
de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) em 24 de novembro, com o
indiciamento de Cacai como autor intelectual e do policial Welton da Silva
Vieiga, falecido em janeiro deste ano, como executor do assassinato de Escobar.

Deputado pede exoneração de Jorge Caiado

O deputado Mauro Rubem, líder do Partido dos Trabalhadores
(PT), cobrou do presidente da Alego, Bruno Peixoto (UB), que tome as
providências para exonerar o servidor Jorge Caiado.

Da tribuna, Mauro Rubem cobrou um posicionamento da
presidência: “Presidente Bruno Peixoto, pelo que me consta, o senhor Jorge
Caiado trabalha aqui na Assembleia. Então, presidente, eu acho que não é
prudente que tenhamos aqui entre nós uma pessoa que está denunciada numa
situação como essa. E sobretudo em processos tão difíceis de andar. Isso tem
que ser tratado”.

Rubem também questionou sobre a demora em se prender o
foragido Carlos Toledo: “Deve ser um ninja, porque ninguém consegue prendê-lo.
Eu faço aqui a suspeita mesmo. Será que o Governo está interessado em cumprir o
que a justiça determinou? De prender o senhor Cacai? Interessante que nós não
temos informação nenhuma”.





























































Rubem concluiu, reforçando a cobrança pela exoneração de
Jorge Caiado: “no meu entendimento, na minha visão, o senhor Jorge Caiado não
pode continuar aqui nessa casa dessa forma, ele não pode. E cobro que as
investigações avancem”.




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