Pai de aluna dá nove socos em professor após bronca por uso de celular em sala de aula no DF

Um professor de uma escola pública do Distrito Federal (DF) foi agredido com nove socos por um pai de uma aluna na manhã de segunda-feira, após pedir para a jovem parar de mexer no celular durante a aula. O caso ocorreu no Centro Educacional 4 do Guará. Em entrevista à TV Globo, o homem de 53 anos disse estar “decepcionado” e “sem condições” de voltar ao trabalho.
O agressor foi identificado como Thiago Lênin Souza e vai responder criminalmente pelos crimes de lesão corporal, injúria e desacato. As imagens foram registradas por câmeras de segurança da escola. Na gravação, é possível ver o momento no qual o pai da aluna entra na sala da coordenação e dá nove socos na cabeça do professor. O educador tenta se proteger antes que Souza fosse contido por outros funcionários.
A gravação também mostra o momento que a aluna tenta separar a briga e aplica um “mata-leão” no próprio pai para impedir novas agressões. Além dela, outros três estudantes presenciaram o crime.
— Vou pegar um atestado, vou tentar melhorar um pouco a cabeça. Porque a cabeça da gente fica muito ruim. Então assim, eu estou sem condição nenhuma de voltar para sala de aula no momento — disse o professor em entrevista à TV Globo.
O professor afirma que a agressão ocorreu após chamar atenção da aluna por recusar-se a copiar o conteúdo do quadro. Ele acredita que a jovem pode ter relatado a situação ao pai, que foi à escola “tirar satisfação”. Os nove socos provocaram um olho roxo e hematomas nas costas.
Souza foi encaminhado para a 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), onde assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), que é utilizado para crimes de menor potencial ofensivo. O pai da jovem vai responder em liberdade. Em depoimento, o agressor afirmou ter recebido uma ligação da filha, na qual ela afirmou que o professor a teria xingado e admitiu que "partiu para cima" do professor, mas negou ter feito ameaças. Procurado pela TV Globo, ele não quis se pronunciar.
A Secretaria de Educação do DF informou que a Coordenação Regional de Ensino do Guará está acompanhando o caso e que a Corregedoria da pasta vai apurar os fatos.
“A Secretaria repudia qualquer forma de violência no ambiente escolar e reafirma o compromisso de garantir um espaço seguro, acolhedor e respeitoso para toda a comunidade”, diz em nota.