Marinha autoriza mulheres a operar submarinos e atuar em Operações Especiais

A Marinha brasileira redefiniu, nesta semana, normas internas que passaram a permitir que militares mulheres possam operar submarinos, realizar mergulhos e receber formação em Operações Especiais. Essa formação qualifica militares para missões de alto risco e maior complexidade, como infiltração em território inimigo, reconhecimento, sabotagem e contraterrorismo.
Com isso, as mulheres da Marinha podem, agora, atuar plenamente em todos os setores da Força onde os militares homens já atuam. A mudança foi registrada em uma portaria divulgada na quarta-feira (1º), que atualizou diretrizes publicadas em 2020.
Pela primeira vez, a Força tem duas mulheres cursando aviação naval: a tenente Helena, que é fuzileira naval, e a tenente Isabela, que integra o Corpo da Armada — o principal corpo de oficiais da Marinha, que tem entre seus membros o atual comandante da Força, Olsen Sampaio.
No mês passado, outras duas mulheres da Marinha participaram da Operação Atlas, operando um JLTV, veículo blindado utilizado pelas Forças Armadas dos Estados Unidos e do Brasil. As soldados fuzileiros navais Ana Beatriz Lugon Loureiro e Jennifer Alves Assunção foram as primeiras militares capacitadas pela Força a operar esse tipo de veículo. A Operação Atlas é o maior exercício militar conjunto da Marinha, Exército e Aeronáutica realizado no Brasil em 2025, com o objetivo de testar a capacidade de defesa do país e a integração na região da Amazônia.
Nos últimos anos, a Marinha tem trabalhado para reduzir a desigualdade entre homens e mulheres na carreira militar. Em 2012, promoveu uma mulher ao posto de oficial-general. Em 2014, criou a primeira turma de aspirantes femininas na Escola Naval, a mais antiga instituição de ensino superior do Brasil. Em 2023, passou a admitir alunas no Colégio Naval e, com a nova portaria, permite a atuação irrestrita das militares em todos os setores operativos da Força.