Justiça barra fechamento e garante que Centro POP continuará funcionando para abrigar pessoas em situação de rua

O Centro POP, espaço essencial para o acolhimento de pessoas em situação de rua em Anápolis, continuará funcionando graças à decisão da Justiça, que acatou o pedido do Ministério Público de Goiás (MPGO). A medida veio após uma polêmica envolvendo o prefeito Márcio Corrêa, que se referiu ao local como “resort de bandido”, causando indignação entre entidades sociais, população e usuários do serviço.
O prefeito Márcio Corrêa queria transformar o Centro POP em um centro especializado em psiquiatria e psicologia, com médicos contratados, estrutura pronta, leitos e medicação. A proposta, segundo ele, seria uma forma de “dar um novo rumo” ao atendimento, mas gerou preocupação por ameaçar interromper serviços fundamentais como acolhimento, alimentação, higiene e orientação social para quem vive nas ruas.
O promotor Paulo Henrique Martorini, da 5ª Promotoria de Justiça de Anápolis, reagiu rapidamente diante da possibilidade de fechamento ou mudança do Centro POP, destacando que o local passou por reforma recente com investimento público de mais de R$ 1,2 milhão. Ele argumentou que encerrar o serviço seria desperdiçar recursos e abandonar quem mais precisa de apoio.
O juiz Gabriel Lisboa Silva e Dias Ferreira, ao analisar o caso, determinou que o município está proibido de fechar, desmontar ou mudar o destino do Centro POP. Caso descumpra, a prefeitura pode ser multada em até R$ 300 mil.
O magistrado reforçou que o Centro POP é previsto em políticas nacionais e que o corte dos serviços causaria danos irreparáveis à dignidade dos usuários. A decisão expôs não só as tensões políticas e sociais sobre o atendimento à população em situação de rua, mas também a importância de garantir direitos básicos, independente de opiniões pessoais do gestor.
Com isso, o Centro POP segue de portas abertas, resistindo ao risco de fechamento e à tentativa de invisibilizar quem mais precisa. A decisão da Justiça mostra que, em Anápolis, dignidade e cidadania não podem ser deixadas de lado.