Goiânia é a capital brasileira com menor índice de leitura, aponta pesquisa

Jornal Opção
Goiânia é a capital brasileira com menor índice de leitura, aponta pesquisa Reprodução

A 6ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada em 2024, trouxe um dado preocupante para Goiânia: a capital ocupa a última posição entre as 27 capitais do país em hábito de leitura. Apenas 40% da população com 5 anos ou mais afirmou ter lido, total ou parcialmente, ao menos um livro (impresso ou digital) nos três meses anteriores à entrevista. Esse percentual é o menor registrado entre todas as capitais brasileiras, ficando muito abaixo dos 64% alcançados por João Pessoa (PB), que lidera o ranking.

Realizada entre abril e julho de 2024 pelo Instituto Pró-Livro, em parceria com a Fundação Itaú e o IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica), a pesquisa mostra a urgência de ações concretas em Goiânia para estimular o hábito da leitura.

O dado torna-se ainda mais preocupante considerando que Goiânia tem uma população relativamente jovem, com idade média de 32 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, a cidade conta com universidades renomadas, como a Universidade Federal de Goiás (UFG), mas esses fatores não têm se traduzido em um ambiente favorável à valorização da leitura.

Especialistas e representantes públicos apontam que a baixa taxa de leitura na capital não é apenas uma questão de preferência individual, mas um reflexo de políticas públicas insuficientes, desigualdades sociais e falta de estímulos culturais efetivos.

Para mudar esse cenário, é fundamental ampliar as políticas públicas voltadas à leitura e à educação. Isso inclui a revitalização das bibliotecas municipais para torná-las mais atrativas ao público jovem, além de investimentos em programas de distribuição de livros, já que o acesso ao material de leitura é muitas vezes dificultado pelos altos preços.

Eventos culturais, como feiras de livros, saraus e outras atividades literárias, também são apontados como formas eficazes de tornar a leitura mais prazerosa e acessível à população.

Outro ponto crucial é a descentralização do acesso à cultura, levando iniciativas para os bairros periféricos e envolvendo as famílias no processo de incentivo à leitura desde a primeira infância. Campanhas educativas que orientem pais e responsáveis sobre a importância de contar histórias e estimular a leitura em casa são essenciais para formar novas gerações leitoras.

No âmbito político, os vereadores de Goiânia já discutem a pesquisa e defendem a criação de uma biblioteca na Câmara Municipal como parte das medidas para reverter a situação.

Se Goiânia deseja se destacar não apenas por sua arquitetura art déco ou pela força do agronegócio, mas também como uma capital que valoriza a educação e a cultura, é urgente transformar o livro de um artigo de luxo em um item presente no cotidiano dos goianienses.




Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.