Trump ameaça impor tarifa adicional de 10% a países alinhados ao Brics

Os Estados Unidos implementarão, a partir de 1º de agosto, tarifas sobre parceiros comerciais com os quais não tenham alcançado acordos, incluindo Taiwan e a União Europeia, declarou neste domingo (6) o secretário do Tesouro, Scott Bessent.
As tarifas "saltarão" até os níveis que Donald Trump havia anunciado em 2 de abril, antes de suspender as taxas para permitir negociações comerciais e estabelecer um prazo até 9 de julho para alcançar acordos, disse Bessent à rede CNN.
Bessent reiterou declarações feitas por Trump na sexta-feira à imprensa, quando mencionou um novo prazo para a imposição das tarifas alfandegárias.
Além disso, em sua plataforma Truth Social, Trump prometeu impor uma tarifa adicional de 10% a países que se "alinhem" com os Brics, grupo que expressou mais cedo sua "séria preocupação" pelo aumento de tarifas "unilaterais", embora sem mencionar os Estados Unidos.
"A qualquer país que se alinhe com as políticas antiamericanas dos Brics, será cobrada uma tarifa adicional de 10%. Não haverá exceções a esta política", ameaçou Trump.
Formado inicialmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o grupo se ampliou recentemente para 11 países e representa quase metade da população mundial e cerca de 40% do PIB.
"Bem, provavelmente as iniciarei em 1º de agosto, isso é bastante breve. Não é?", disse mais cedo o mandatário republicano a jornalistas a bordo do avião presidencial.
Trump declarou à imprensa neste domingo que havia assinado cerca de uma dúzia de cartas para informar os países sobre os aumentos das taxas.
"Acredito que teremos a maioria dos países prontos para 9 de julho, seja uma carta ou um acordo", disse Trump, acrescentando que alguns pactos já foram alcançados.
Ao seu lado, o secretário de Comércio americano, Howard Lutnick, confirmou que as tarifas começariam em 1º de agosto, "mas o presidente está fixando as tarifas e os acordos agora mesmo".
Trump anunciou mais tarde no Truth Social que nesta segunda-feira (7) começará a enviar aos seus diferentes parceiros comerciais as primeiras cartas informativas sobre as tarifas que lhes imporá ou aqueles acordos alcançados.
"Tenho o prazer de anunciar que as cartas sobre as tarifas dos Estados Unidos, e/ou acordos, com vários países de todo o mundo serão entregues a partir de segunda-feira, 7 de julho", escreveu o presidente americano.
Washington mantém negociações com vários países para alcançar arranjos comerciais que evitem as tarifas.
Com a China, foi acordada uma trégua temporária para reduzir as tarifas de até três dígitos que chegaram a ser impostas mutuamente.
Até agora, apenas Reino Unido e Vietnã conseguiram selar um pacto comercial com os Estados Unidos.
Bessent afirmou que seu governo está "perto de vários acordos", embora não tenha indicado com quais parceiros.
O secretário do Tesouro negou que os Estados Unidos estejam ameaçando os países com sua política tarifária, embora tenha admitido que é necessário aplicar a "máxima pressão".
"Não se trata de uma data limite. Estamos dizendo que é o que ocorrerá. Se quiser acelerar as coisas, vá em frente. Se quiser retornar às taxas anteriores, é sua escolha", indicou.
Como exemplo, citou a União Europeia, que "está fazendo grandes progressos" após ter se mantido relutante em modificar seu acordo comercial com Washington.