PT rebate “Taxad” e ataca Tarcísio com aumento de pedágios em SP

O PT utiliza o aumento do pedágio em São Paulo para contestar o apelido "Taxad" que recebeu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, além de criticar o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que é um se não o principal potencial candidato para substituir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais de 2026 pela direita.
Os valores dos pedágios foram aumentados em média 5,31% em todo o estado a partir desta terça-feira. O reajuste vale para todas as concessionárias e, segundo a oposição, pode chegar a até 10,71% em alguns trechos.
O PT de São Paulo tenta popularizar o apelido "Pedágio de Freitas". Por meio de postagens nas redes sociais e discursos na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e na Câmara dos Deputados, petistas e opositores do governador associam o aumento, aprovado pela Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), a uma medida que beneficiaria empresários.
"O governador Tarcísio de Freitas tem uma verdadeira obsessão por pedágios", afirma o deputado estadual Antônio Donato (PT-SP) em vídeo divulgado nas redes sociais. Em montagens que circulam em grupos petistas e redes sociais, fotos do governador aparecem em placas de trânsito nas rodovias com a legenda "Tarcísio Free Flow", em alusão ao novo modelo de cobrança sem parada.
Essa narrativa também busca contrariar a imagem que o grupo do governador tenta atribuir ao governo Lula (PT), de ser responsável por aumentos de impostos. No início do ano, bolsonaristas viralizaram o meme "Taxad", associando as altas de tributos ao ministro Haddad, especialmente no contexto do debate sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
"É uma hipocrisia", afirma o deputado estadual Ênio Tatto (PT-SP). "Enquanto a base dele em Brasília cria dificuldade para o Lula aprovar projetos, colocam 'jabutis, como o que aumentou a conta de luz, aqui [em São Paulo] ele promove o aumento. Tudo na contramão", diz o parlamentar, se referindo a partes estranhas aos projetos que acabam aprovadas em conjunto.
O PT acusa o governador de quebrar uma promessa de campanha, que aliados de Tarcísio negam, alegando inviabilidade contratual e que o compromisso valia apenas para 2023. Tarcísio também cogitou ampliar pedágios free flow, mas recuou diante da impopularidade da medida. O sistema free flow cobra automaticamente por pórticos que identificam placas ou tags eletrônicas nos veículos.
Os petistas enxergam isso como o "calcanhar de aquiles" do governador. Segundo eles, a estratégia é vincular não apenas o aumento que impacta financeiramente os motoristas, mas também uma decisão que teria como objetivo "beneficiar empresários", resultando em elevação de outros gastos, como fretes, transportes e passagens intermunicipais.A proposta é que o apelido transcenda a bolha estatal e chegue ao conhecimento do público em geral, para que as pessoas possam entender que tipo de governo Tarcísio de Freitas exerce.