Réus da trama golpista começam a ser ouvidos pelo STF nesta segunda

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou às 14h desta segunda-feira, 9 de junho, os interrogatórios dos réus envolvidos na ação penal que investiga uma suposta tentativa de golpe para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no cargo após sua derrota nas eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As audiências estão sendo conduzidas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso na Corte. Bolsonaro, que estará presente no STF, e sete outras pessoas consideradas pelo Ministério Público como integrantes do núcleo central da trama, estarão no banco dos réus durante a sessão na Primeira Turma.
As acusações contra os réus incluem organização criminosa armada, tentativa de abolir de forma violenta o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, causando prejuízo considerável à vítima, além de deterioração de patrimônio tombado.
Conforme determinação de Moraes, o primeiro a prestar depoimento será Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que firmou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal no âmbito do inquérito sobre a tentativa de golpe.
O ministro reservou toda a semana para os interrogatórios, e nos dias em que não houver sessões plenárias à tarde, as audiências poderão se estender até mais tarde. Na terça-feira, por exemplo, os trabalhos começarão às 9h e seguirão até as 20h, mesma previsão para sexta-feira.
A ordem das oitivas já foi definida: começando por Mauro Cid, seguido pelo deputado federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), e depois por outros investigados, incluindo ex-membros do Exército, ex-ministros e o próprio Bolsonaro.
Os interrogatórios serão transmitidos ao vivo pelo canal do Metrópoles no YouTube, e todos os réus estão intimados a comparecer presencialmente em todos os dias das audiências, exceto Walter Souza Braga Netto, que está preso preventivamente no Rio de Janeiro.
Os investigados foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República por participação na trama golpista para tentar manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022, e a denúncia foi aceita por unanimidade. O caso está sendo analisado pela Primeira Turma do STF, composta por Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.