Em meio a uma fuga do país, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) continuou registrando votos nas sessões plenárias da Câmara dos Deputados. De acordo com informações obtidas pelo portal Metrópoles, Zambelli deixou o Brasil no dia 25 de maio, mas, mesmo ausente fisicamente, participou de cinco votações realizadas entre 26 de maio e 2 de junho.

Um dos registros ocorreu em 28 de maio, durante uma sessão presencial. Segundo a Câmara, Zambelli estava oficialmente licenciada para tratamento de saúde entre os dias 20 e 30 de maio. Durante esse período, parlamentares com esse tipo de licença têm permissão para votar remotamente, utilizando o aplicativo Infoleg.

Procurada, a equipe da deputada não respondeu aos contatos da reportagem até o momento. O espaço permanece aberto para manifestações.

Condenação e fuga

Zambelli confirmou que está fora do país em vídeo publicado no canal AuriVerde no YouTube, no dia 3 de junho. “Estou fora do Brasil há alguns dias. Inicialmente, buscando um tratamento médico que já realizava aqui [sem detalhar o local]. Vou pedir afastamento do cargo”, declarou. Ela também afirmou que pretende permanecer na Europa, amparada por sua cidadania europeia.

A Câmara oficializou, em 5 de junho, a concessão de licença à parlamentar por 127 dias.

A saída do país ocorreu após sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão, além da perda do mandato. A sentença decorre de sua participação na invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A deputada agora é alvo de mandado de prisão preventiva e está incluída na lista de procurados da Interpol.

Segundo decisão do ministro Alexandre de Moraes, que atendeu a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), a viagem de Zambelli foi interpretada como uma tentativa de escapar da Justiça. Informações de bastidores indicam que ela deixou o Brasil pela Argentina, embarcando posteriormente para a Flórida, nos EUA, e, em seguida, teria seguido para a Itália.