UnB cria ferramenta com IA que identifica mais de R$ 3 milhões em economia para várias universidades

A Universidade de Brasília (UnB) anunciou na quarta-feira (4) o desenvolvimento de uma ferramenta inovadora que identifica oportunidades para economizar energia elétrica. Em fase piloto, a plataforma já detectou potencial de economia superior a R$ 3 milhões por ano em 20 universidades.
Batizada de Monitoramento de Energia em Plataforma Aberta (MEPA), a inteligência artificial foi criada pelo Lab Livre da UnB e analisa contas de luz, recomendando o contrato mais vantajoso conforme as regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Em algumas instituições, a economia chegou a 52,8% dos gastos com eletricidade.
“O estudo mostra que, com ajustes simples nos contratos, é possível liberar verbas importantes para as universidades. É um ganho duplo: econômico e estratégico”, explicou Loana Velasco, coordenadora da pesquisa.
Potencial de economia e novas aplicações
Além das universidades, o sistema pode ser utilizado por órgãos da administração pública e empresas privadas. Segundo a UnB, o programa analisou as contas de uma instituição do Sudeste e identificou uma possível economia de R$ 1,05 milhão. Já no Centro-Oeste, a redução estimada foi de R$ 376,3 mil anuais.
Uma das beneficiadas pelo projeto foi a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). “Antes feito de forma pontual e com metodologias distintas, o acompanhamento passou a ser sistemático, com análises mensais baseadas em dados consolidados e alertas automáticos gerados pela plataforma”, destacou a UnB.
Contexto orçamentário das universidades
A divulgação da tecnologia ocorre em um momento de restrições orçamentárias para as instituições de ensino. No final de maio de 2025, o ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou a recomposição de R$ 300 milhões para universidades federais, valores que estavam represados devido a limitações de gastos impostas pelo governo.
Um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva restringia de maio a novembro o gasto mensal com despesas não obrigatórias a pouco mais de 60% do previsto para o ano, regra que não afetava os salários. A partir de agora, as universidades e institutos federais ficam dispensados dessa limitação, podendo utilizar os recursos represados.
Os R$ 300 milhões liberados correspondem aos valores antes congelados, aliviando o orçamento das instituições no atual cenário de desafios financeiros.