Correios com prejuízo de R$ 2,6 bilhões querem cortar salários e suspender férias

G1
Correios com prejuízo de R$ 2,6 bilhões querem cortar salários e suspender férias Reprodução

Os Correios apresentaram nesta segunda-feira (12) um plano estratégico para superar o prejuízo de R$ 2,6 bilhões em 2024 e melhorar o fluxo de caixa da empresa. Entre as medidas, destaca-se o incentivo à redução de jornada e, consequentemente, de salários para os trabalhadores.

O documento, divulgado internamente, aponta que, se todas as ações forem implementadas com sucesso, a economia prevista para 2025 é de R$ 1,5 bilhão. Para isso, a empresa conta com o apoio dos cerca de 86 mil funcionários, que serão diretamente afetados pelas mudanças.

O aumento de custos com pessoal foi um dos principais fatores para o prejuízo. Em 2024, esses gastos cresceram de R$ 9,6 bilhões em 2023 para R$ 10,3 bilhões. O relatório de Demonstrações Financeiras esclareceu que esse aumento se deve ao Acordo Coletivo de Trabalho firmado com mais de 80 mil empregados, o que resultou em R$ 550 milhões adicionais, além do reajuste no vale alimentação/refeição, que custou mais R$ 41 milhões.

O prejuízo de R$ 2,6 bilhões em 2024 é quatro vezes maior do que o registrado no ano anterior, quando os Correios tiveram um déficit de R$ 597 milhões. Na atualização dos dados de 2023, os Correios revisaram as normas contábeis, resultando em um prejuízo final de R$ 633 milhões.

Esse prejuízo bilionário é o maior desde 2016, quando a empresa teve um rombo de R$ 1,5 bilhão (equivalente a R$ 2,3 bilhões em valores atualizados). A empresa justificou os resultados negativos com o fato de que apenas 15% das 10.638 unidades de atendimento tiveram superávit, ou seja, geraram mais receita do que despesa. "Apesar de 85% das unidades serem deficitárias, garantimos o acesso universal a todos os serviços postais, com tarifas justas em cada um dos 5.567 municípios atendidos", afirmaram os Correios.

Apesar das dificuldades financeiras, os Correios investiram R$ 830 milhões em 2024, somando R$ 1,6 bilhões desde a nova gestão. Nos últimos dois anos, foram aplicados R$ 698 milhões na aquisição de novos veículos e outros R$ 600 milhões em manutenção da infraestrutura operacional. Parte desses investimentos visa à transição ecológica, com a aquisição de 50 furgões elétricos, 3.996 bicicletas cargo com baú, 2.306 bicicletas elétricas e 1.502 veículos para renovar a frota.

A empresa reafirmou seu compromisso com a sustentabilidade e anunciou que continuará investindo em "soluções tecnológicas" e práticas que minimizem os impactos ambientais. "A sustentabilidade será um tema central em nossas ações, e esperamos avançar em nossos propósitos sociais e ambientais", declarou a empresa.




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