Fortuna de Vicky Safra, mulher mais rica do Brasil, tem raízes no Império Otomano; entenda a origem do patrimônio

oglobo
Fortuna de Vicky Safra, mulher mais rica do Brasil, tem raízes no Império Otomano; entenda a origem do patrimônio Vicky e Joseph Safra em foto de 2014. Filho do casal está processando a mãe — Foto: Bloomberg/2014

Vicky Safra, a mulher mais rica do Brasil segundo a revista Forbes, possui uma fortuna estimada em US$ 20,6 bilhões. Viúva de Joseph Safra, um dos banqueiros mais ricos do mundo, sua riqueza tem origens no século XIX, no Oriente Médio.

Origens em Aleppo, na Síria
A fortuna da família Safra começou em Aleppo, na Síria, com a fundação do Safra Frères & Cie na década de 1840. Aleppo era um importante centro de comércio onde mercadores do Oriente e Ocidente se encontravam. A casa bancária financiava caravanas de camelos que operavam ao longo do vasto território do antigo Império Otomano, que se estendia da África e Península Arábica até os Balcãs e a atual Turquia.

Segundo informações dos sites das empresas da família, o Safra Frères & Cie também atuava no câmbio entre moedas de países da Ásia, África e Europa, além de comercializar prata e ouro. O negócio prosperou, abrindo filiais em Istambul, Alexandria e Beirute. Esta última se tornou a sede do Banco Jacob Safra, em homenagem ao patriarca da família, nascido em 1891. Nos anos 1950, com o crescimento econômico pós-Segunda Guerra Mundial, a família expandiu-se para os continentes americano e europeu.

Em 1953, Jacob Safra mudou-se com a família para o Brasil, onde fundou a Safra Importação e Comércio e, posteriormente, um novo banco. Após sua morte em 1963, seus filhos Joseph, Moise e Edmond assumiram os negócios da família. Em 1967, eles fundaram a financeira Safra, adquiriram o Banco Nacional Transatlântico e o Banco das Indústrias, que em 1972 se tornou o Banco Safra S.A. Nos anos seguintes, expandiram para o Safra Asset Management e a Safra Corretora.

No Brasil, Joseph e Moise cuidaram dos negócios, enquanto Edmond se encarregou das operações no exterior, fundando o Trade Development Bank e o Republic National Bank of New York. Em 1974, ele criou o Safra National Bank of New York, que mais tarde se tornou alvo de uma disputa judicial iniciada por Alberto Safra. Em 2006, Joseph comprou a parte de Moise, unificando as instituições financeiras da família.

Além do Banco Safra, Joseph era dono do J. Safra Sarasin, um banco suíço fundado em 2013, e tinha investimentos em várias áreas, incluindo uma participação de 50% na Chiquita Brands International. No mercado imobiliário, a família Safra investiu em propriedades notáveis, como um prédio na Madison Avenue, em Nova York, e o edifício Gherkin, em Londres.

Joseph Safra faleceu de causas naturais em 2020, aos 82 anos, deixando uma fortuna de US$ 23,2 bilhões, tornando-se o brasileiro mais rico e o 82° do mundo.

Disputa Familiar por Herança
A família Safra resolveu uma longa disputa judicial sobre a herança de Joseph Safra. Alberto Safra, que processava seus irmãos e mãe em Nova York por questões de patrimônio, renunciou a qualquer participação no Grupo J. Safra. Antes do acordo, Alberto alegava ter sido injustamente diluído no capital do Safra National Bank de Nova York.

Entre os ativos da família estão o banco J. Safra Sarasin, da Suíça, e o Banco Safra, do Brasil, com cerca de US$ 90 bilhões em ativos totais. Imóveis como o arranha-céu Gherkin em Londres e o número 660 Madison Avenue em Nova York também fazem parte do patrimônio dos Safra.

Após o acordo, a família divulgou uma nota expressando satisfação por deixar a disputa para trás e reafirmando seus laços familiares. Alberto agora seguirá seus interesses empresariais através da ASA, gestora que fundou após romper com a família.




Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.