Ciro Gomes diz que 'janjismo' irá atrapalhar eleições e elogia bolsonarista governador Caiado

O ex-ministro e ex-aliado do presidente Lula (PT) Ciro Gomes (PDT) criticou a primeira-dama Janja e disse que o "janjismo" irá atrapalhar o desempenho da esquerda nas eleições municipais. O termo cunhado pelo político cearense faz referência a uma militância mais aguerrida.
As declarações foram dadas em entrevista ao canal do Youtube "My News", na última quinta-feira.
— Pelo movimento da economia, a população vai votar contra o governo e pela guerra cultural, o janjismo, vai perder a eleição o governo. Não vai perder 2026, vamos acompanhar as eleições municipais nas capitais brasileiras, que são uma pista nos grandes centros.
Esta não é a primeira vez que Ciro faz críticas públicas a Janja.
No mês passado, em seu perfil no X (antigo Twitter), o ex-ministro questionou a postura do Palácio do Planalto em relação as fake news que perpassam a tragédia no Rio Grande do Sul e afirmou que a primeira-dama estaria por trás.
Após dizer que o governo tem chance de perder as eleições de 2024 e 2026, o ex-ministro foi questionado sobre os possíveis postulantes pelo campo da direita na disputa pelo Palácio do Planalto em dois anos, uma vez que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está inelegível após sofrer duas condenações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Neste contexto, Ciro Gomes critica os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (São Paulo), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que são cotados para herdar o espólio.
Sobre o gestor paulista, o candidato à Presidência pelo PDT cita nas eleições de 2022 cita alguns posicionamentos próximos ao bolsonarismo como a solidariedade prestada ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Já Zema é caracterizado como o "fim da picada".
Quem recebe elogios é o goiano Ronaldo Caiado (União Brasil), que segundo Ciro "tem dotes".
— É um belo de um cara, eu conheço mais de perto: um médico, tem espírito público, é um bom administrador.
Esse reacionarismo dele, que é fundador da UDR, já foi candidato a presidente lá atrás e tal, mas esse reacionarismo dele não impediu de ficar contra as posições malucas e negacionistas do Bolsonaro na na pandemia. Ele foi pela vacina, foi pelo isolamento social, só que tá em uma província. (...) Mas é um quadro, acho que é um quadro.