O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quarta-feira que o país possui 5 mil mísseis antiaéreos portáteis de origem russa, modelo Igla-S, posicionados estrategicamente para defender a nação contra ameaças externas. A declaração foi feita durante um evento televisionado, acompanhado por membros do alto comando militar venezuelano.

— Qualquer força militar no mundo conhece o poder da Igla-S, e a Venezuela tem nada menos que 5 mil Igla-S em posições-chave de defesa antiaérea para garantir a paz — disse Maduro.

O sistema Igla-S é projetado para abater aeronaves em baixa altitude e já foi utilizado em exercícios militares conduzidos pelo governo venezuelano como resposta à crescente mobilização militar dos Estados Unidos na região do Caribe.

Recentemente, os EUA intensificaram operações contra o que classificam como "narcoterroristas" vindos da Venezuela. Desde 2 de setembro, uma série de ataques foi realizada, incluindo um oitavo ataque anunciado nesta quarta-feira, desta vez no Pacífico. Até o momento, 34 pessoas perderam a vida nessas operações. O presidente Donald Trump também declarou que está preparando ações contra traficantes de drogas, afirmando:

— Vamos atacá-los com muita força quando eles chegarem em solo; eles ainda não passaram por isso.

Além disso, Trump autorizou operações da CIA contra a Venezuela e cogitou ataques terrestres contra cartéis de drogas no país sul-americano. As ações e declarações têm sido vistas como uma tentativa de desestabilizar o governo de Maduro, que acusa os EUA de promoverem um "cerco" e "golpes de Estado" na região do Caribe.

A Casa Branca justifica as ações militares como parte de uma guerra contra o narcotráfico, tratando os supostos traficantes como "combatentes ilegais" e "terroristas". No entanto, especialistas apontam que o verdadeiro objetivo do governo Trump pode ser a remoção de Maduro do poder, dada a escalada nas tensões diplomáticas e militares entre os dois países.