Isenção do Imposto de Renda se torna assunto mais buscado no Google no Brasil

A ampliação da isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física se tornou o assunto mais buscado no Google nas últimas quatro horas no Brasil. De acordo com a empresa de tecnologia, as pesquisas sobre o tema superaram as feitas por outros assuntos de muito interesse, como o programa A Fazenda e a novela Vale Tudo.
O projeto sobre o IR foi aprovado na noite desta quarta-feira (1º) na Câmara dos Deputados, e ainda será analisado pelo Senado.
A isenção também é o 3º tema com maior alta na plataforma de buscas nas últimas 48 horas, atrás somente de assuntos de futebol e da atualização do Xbox Game Pass. Nesse período, houve aumento de 390% nas consultas na internet sobre o projeto.
As três perguntas que lideram o ranking são: "Como fica a tabela do Imposto de Renda?" (veja aqui), "Quem é isento de Imposto de Renda?" e "Quando começa a valer a isenção do Imposto de Renda?" [2026].
Também há perguntas sobre quem votou contra o projeto, que foi aprovado por unanimidade, e "De quem é o projeto de isenção de Imposto de Renda?", promessa de campanha do presidente Lula (PT) e principal aposta para alavancar sua popularidade no ano eleitoral.
A Câmara aprovou a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 por mês e um desconto no imposto para ganhos entre R$ 5.000 e R$ 7.350 mensais. Como compensação houve aumento de tributo para pessoas de maior renda. A taxação dos mais ricos não aparece no topo das buscas.
ENTENDA AS MUDANÇAS NO IMPOSTO DE RENDA
Isenção maior e desconto no imposto
O projeto isenta de Imposto de Renda os contribuintes com renda mensal de até R$ 5.000. Para isso, o texto prevê um desconto de até R$ 312,89 no imposto que seria devido pelo trabalhador, de modo que o valor a ser pago seja zero.
Quem ganha de R$ 5.000,01 a R$ 7.350 por mês não será isento, mas terá um desconto no imposto, que vai diminuir progressivamente conforme a renda aumenta. Para saber quanto será a redução do tributo, basta aplicar a seguinte fórmula: R$ 978,62 - (0,133145 x rendimentos tributáveis mensais). Na prática, quanto mais próximo de R$ 7.350 for o ganho mensal, menor será o desconto, até que ele chegue a zero.
Quem ganha mais de R$ 7.350 por mês não terá benefício adicional assegurado pelo projeto, ou seja, a cobrança de Imposto de Renda segue o modelo atual.
Imposto mínimo para os mais ricos
Pessoas físicas que recebem rendimentos acima de R$ 600 mil por ano (o equivalente a R$ 50 mil por mês) estarão sujeitas à cobrança do imposto mínimo, que terá uma alíquota progressiva de 0% a 10% para rendimentos de R$ 600.000,01 a R$ 1.199.999,99. A partir de R$ 1,2 milhão, a cobrança mínima será sempre de 10%.
O valor efetivamente devido pelo contribuinte vai depender do quanto ele já recolhe habitualmente sobre suas fontes de renda, ou seja, quanto é a sua alíquota efetiva. Se o imposto pago já tiver sido maior que 10% da renda, não haverá necessidade de cobrança adicional. O imposto mínimo valerá para aqueles que ficarem abaixo desse patamar — na prática, contribuintes que são grandes recebedores de rendimentos isentos (como lucros e dividendos de empresas).
Ainda que o imposto mínimo seja uma forma indireta de tributar os rendimentos isentos, o texto prevê exceções. Serão excluídos da base de cálculo os ganhos de capital (exceto os de Bolsa), heranças e doações, rendimentos de poupança, LCI, LCA, CRI, CRA, rendimentos de certos fundos imobiliários (FII) e Fiagros, e algumas indenizações.