Barroso se despede da presidência do STF destacando defesa da democracia

Folha de S. Paulo
Barroso se despede da presidência do STF destacando defesa da democracia Barroso no dia de sua última sessão na presidência do STF - Antonio Augusto/STF

O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou nesta quinta-feira (25) que a corte preservou a democracia brasileira e se emocionou ao agradecer o apoio e a coragem dos colegas ao longo dos dois últimos anos, período em que esteve à frente da corte, para defender a Constituição.

"Gostaria de agradecer muito especialmente a todos os ministros, colegas e amigos aqui do Supremo, pela parceria, apoio, coragem e pela relação construtiva e harmoniosa que tivemos. Tenho muito orgulho de ter dividido com todos a aventura de ter defendido a democracia brasileira", disse.

Esta foi a última sessão do magistrado como presidente do Poder Judiciário. O decano Gilmar Mendes, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e o advogado-geral da União, Jorge Messias, prestaram homenagens ao ministro, destacando a resistência das instituições e o papel do Supremo nesse processo.

Barroso ressaltou que, desde a Constituição de 1988, não houve desaparecidos, torturados ou aposentadorias compulsórias, citando as violações da ditadura militar, e destacou a liberdade de imprensa, reconhecendo o custo pessoal enfrentado pelos ministros.

"Ou seja, apesar do custo pessoal dos seus ministros e do desgaste de decidir as questões mais divisivas da sociedade brasileira, o Supremo Tribunal Federal cumpriu e bem o seu papel de preservar o Estado de direito e de promover os direitos fundamentais", afirmou.

O ministro observou que há debate recorrente na sociedade sobre o protagonismo do Supremo, decorrente da abrangência da Constituição, da facilidade de acesso ao tribunal, da competência criminal ampla e da polarização política que limita a atuação do Congresso. "Mas os casos chegam ao Tribunal e nós precisamos julgá-los", disse.

Barroso destacou que, apesar das complexidades do modelo institucional, o arranjo proporcionou 37 anos de democracia e estabilidade sob a Constituição de 1988.

O decano Gilmar Mendes prestou homenagem e citou o julgamento da trama golpista de 2022, ressaltando que a corte evitou o maior ataque à democracia recente. Mendes elogiou o papel singular de Alexandre de Moraes e destacou a rareza e dificuldade de condenar um ex-chefe de Estado e militares de alta patente.

"Vossa Excelência soube responder a essas investidas com firmeza inabalável, mas também com a elegância, cordialidade e urbanidade que o caracterizam", disse Mendes, ressaltando que o estilo de Barroso será sempre lembrado.

O decano também destacou a presidência de Barroso pela defesa dos direitos fundamentais, incluindo proteção ao meio ambiente, igualdade de gênero e proteção das minorias.

O advogado-geral da União, Jorge Messias, agradeceu a postura de Barroso na condução da corte, afirmando que foram tempos desafiadores e que a defesa da democracia marcou toda a gestão do ministro.












"Somos gratos a Vossa Excelência como chefe maior e representante do Poder Judiciário por liderar o Judiciário nacional com a coragem que lhe é peculiar. Mas só a coragem não era suficiente. Foi necessária também a lealdade à pátria. Lealdade que só os verdadeiros patriotas têm", declarou Messias.




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