Planalto cede Correios a Alcolumbre com empréstimo bilionário dos Brics

Pressionado pelo Centrão, o governo Lula admite nos bastidores entregar a presidência dos Correios ao grupo político do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). A troca envolve uma das estatais mais cobiçadas do país, que, apesar da crise financeira, está prestes a receber um robusto aporte de R$ 3,8 bilhões do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como Banco dos Brics.
A operação financeira está em fase avançada e tem o aval da presidente do banco, Dilma Rousseff. Os recursos serão destinados a um plano de “modernização e transformação ecológica” da estatal, com foco em energias renováveis, redução de resíduos sólidos e construção de centros de distribuição sustentáveis.
Com esse cenário, a estatal se torna ainda mais estratégica para interesses políticos e econômicos. O empréstimo pode ajudar a reverter parte do prejuízo recorde de R$ 2,6 bilhões registrado pelos Correios em 2024.
Pressão interna e saída do atual presidente
A troca de comando se acelera após a saída do atual presidente da estatal, Fabiano Silva dos Santos. Ele entregou sua carta de demissão na sexta-feira (4/7), após resistir a pressões da Casa Civil para demitir funcionários e vender ativos da empresa. Indicado pela Federação Brasil da Esperança, ligada ao PT, Fabiano vinha enfrentando resistência crescente dentro do próprio governo, inclusive por não atender às demandas políticas de aliados do Palácio do Planalto.
Com a saída de Fabiano e a promessa de um investimento bilionário, a presidência dos Correios se torna um trunfo político de peso para Alcolumbre, que vem se consolidando como uma das principais lideranças do Congresso e peça-chave nas negociações com o Executivo.