EUA deixam de ser ‘AAA’: Moody’s rebaixa nota de crédito

A agência de classificação de risco Moody’s anunciou nesta sexta-feira (17) o rebaixamento da nota de crédito soberano dos Estados Unidos, que caiu de “AAA” para “Aa1”.
De acordo com a justificativa divulgada pela Moody’s, a mudança “reflete o aumento, por mais de uma década, no endividamento do governo”. A agência pontua que o patamar atingido pela dívida norte-americana supera “significativamente” os níveis de outros países com classificação semelhante.
O documento também ressalta que tem havido repetidos adiamentos no debate sobre a adoção de medidas concretas para conter a trajetória do déficit fiscal. Segundo a Moody’s, os Estados Unidos enfrentam um déficit elevado e pressionado por “custos crescentes de juros”.
A agência destaca ainda que os atuais esforços para organizar as contas públicas não devem resultar em “reduções materiais e plurianuais nos gastos obrigatórios e nos déficits”.
“Déficits fiscais persistentes e elevados devem, por sua vez, elevar ainda mais a dívida e o peso dos juros do governo. O desempenho fiscal dos EUA tende a se deteriorar tanto em relação ao seu próprio histórico quanto em comparação a outros soberanos altamente avaliados”, afirma o relatório publicado no final da tarde.
Com essa decisão, os Estados Unidos deixam o grupo mais alto da classificação de crédito — considerado “prime” — e passam ao nível “high grade”, ainda de alta qualidade. Permanecem com nota máxima países como Alemanha, Dinamarca e Noruega. Já no patamar agora ocupado pelos EUA estão também Áustria e Finlândia.
Vale lembrar que a agência Fitch já havia adotado decisão semelhante em 2023, rebaixando a nota americana também para o segundo nível. Na ocasião, a justificativa incluiu preocupações com a deterioração fiscal e o crescimento da dívida pública.