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    Disputa no delivery se intensifica com gigante chinesa e união entre iFood e Uber

    O Globo
    Disputa no delivery se intensifica com gigante chinesa e união entre iFood e Uber Reprodução

    A parceria entre iFood e Uber, anunciada na quarta-feira (15), intensificou a disputa entre plataformas de delivery no Brasil. O movimento foi interpretado como um contra-ataque à ofensiva de gigantes chinesas como 99Food e Keeta e à atuação da veterana Rappi. Com a colaboração, usuários poderão acessar corridas da Uber dentro do app do iFood e vice-versa, ampliando o ecossistema das duas marcas.

    "Acreditamos que essa parceria vai impulsionar mais pedidos aos restaurantes, mercados, farmácias e conveniência em geral, gerar mais renda aos entregadores e motoristas e simplificar ainda mais a vida dos consumidores", afirmou Diego Barreto, CEO do iFood.

    Atualmente com 55 milhões de usuários e mais de 400 mil estabelecimentos cadastrados, o iFood também aposta em outras frentes, como crédito para restaurantes, digitalização de serviços e soluções de gestão. “Queremos ser um hub, não apenas um app de entrega de comida”, explicou Regina Maia, diretora de Comunicação Institucional do iFood. O Clube iFood, com mais de 11 milhões de assinantes, já representa metade dos pedidos e cresce acima de 70% ao ano.

    Enquanto isso, os rivais se movimentam. A 99, controlada pela chinesa DiDi Chuxing, anunciou um investimento de R$ 1 bilhão para lançar um “superapp” que integrará transporte, entregas, mudanças e serviços financeiros via 99Pay. “Ainda estamos trabalhando no campo hipotético, mas, por exemplo, o usuário poderia usar a 99Pay para pagar por uma entrega e receber cashback, que, por sua vez, poderia ser usado no transporte por aplicativo”, disse Bruno Rossini, diretor da 99 no Brasil.

    A Meituan, responsável pelo Keeta, também mira o Brasil. Durante visita do presidente Lula à China, a companhia anunciou investimento de R$ 5,6 bilhões no país. Já a Rappi projeta aportes de R$ 1,4 bilhão nos próximos três anos, com foco em restaurantes — embora estes representem apenas 20% do seu modelo de negócios, são responsáveis por atrair 80% dos novos usuários.

    Segundo Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, as mudanças recentes no setor têm sido impulsionadas pela abertura do mercado após decisões do Cade e a padronização do sistema via Open Delivery. “Antes da pandemia, só 15% dos restaurantes faziam delivery. Hoje, são 80%”, destacou.

    Para Eduardo Yamashita, diretor da Gouvêa Ecosystem, o iFood ainda tem vantagens significativas — base robusta de dados, rede de restaurantes e consumidores e histórico de inovação —, mas a concorrência tende a reduzir taxas, beneficiar entregadores com mais opções e ampliar promoções para consumidores. “Zerar taxas é uma estratégia comum para conquistar mercado onde há um líder forte, mas demanda grandes investimentos”, ponderou.

    Sobre a nova aliança, Yamashita conclui: “As duas plataformas são líderes em seus segmentos no Brasil, e entendem que uma união fortalece a posição de ambas na disputa pelo mercado.”




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