Índia e Paquistão escalam ataques e se aproximam de guerra

Folha de São Paulo
Índia e Paquistão escalam ataques e se aproximam de guerra Soldado de organização paramilitar patrulha o porto de Karachi, no Paquistão, em meio a conflito crescente com a Índia - Shakil Adil - 9.mai.25/Reuters

A Índia e o Paquistão deram mais um passo em direção a uma guerra aberta após uma série de ataques mútuos contra bases aéreas nesta sexta-feira (9), intensificando o já tenso conflito entre as duas potências nucleares.

Islamabad anunciou na noite de sexta-feira, manhã de sábado (10) no horário local, que iniciaria uma operação militar contra o país vizinho após ser atingido por um ataque de mísseis. Por sua vez, Nova Déli relatou explosões na fronteira e denunciou um "ataque massivo" de drones. De acordo com o jornal Times of India, há uma troca de disparos de artilharia ao longo da Linha de Controle (LoC), na disputada região da Caxemira.

Um porta-voz das Forças Armadas indianas confirmou à agência de notícias Reuters que a Índia lançou ataques aéreos contra o Paquistão, e a imprensa indiana informou que quatro bases militares paquistanesas foram atingidas. Em resposta, Islamabad fechou seu espaço aéreo e afirmou ter mirado três bases da Força Aérea indiana, embora a veracidade dessa informação não tenha sido confirmada de forma independente.

Segundo o governo paquistanês, os ataques foram uma retaliação a um ataque de mísseis da Índia contra bases militares próximas à capital Islamabad. A maior parte dos projéteis indianos teria sido interceptada, sem causar danos graves à infraestrutura militar.

Os ataques não se limitaram à região da Caxemira, indicando uma escalada no conflito. Na quarta-feira (7), o Paquistão afirmou ter derrubado cinco caças da Força Aérea da Índia.

O ministro da Informação do Paquistão anunciou, em uma publicação no X (antigo Twitter), que a operação militar foi nomeada "Bunyanun Marsoos", um termo retirado do Alcorão, que significa uma "estrutura firme e unida". O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, convocou para este sábado uma reunião da Autoridade de Comando Nacional, o órgão responsável por tomar decisões sobre segurança, incluindo a gestão do arsenal nuclear do país.

Na Índia, foram registradas explosões em estados próximos à fronteira com o Paquistão, e o governo indiano afirmou ter derrubado centenas de drones em 26 localidades diferentes, incluindo áreas da Caxemira indiana e outras regiões. A cidade de Amritsar, localizada no estado indiano de Punjab e sagrada para os Sikhs, enfrentou explosões e blecautes ao longo da sexta-feira, com moradores se refugiando em abrigos antibomba e estocando suprimentos básicos. O governo de Nova Déli ordenou o fechamento de 32 aeroportos no norte e no oeste do país.

Imagens postadas nas redes sociais mostraram colunas de fumaça, explosões e disparos em Jammu, uma região indiana de onde as Forças Armadas indianas teriam lançado ataques. Bombardeios também foram relatados em Srinagar, onde sirenes foram acionadas, segundo uma testemunha à agência Reuters. Um oficial indiano foi morto em sua casa durante o bombardeio na cidade de Rajouri, e um alto funcionário do governo teria ficado gravemente ferido.

Esta é a maior escalada do conflito pela Caxemira em quase 30 anos. Até o momento, 48 pessoas morreram em ataques de ambos os lados, e os rivais trocam acusações. O Paquistão afirma que a Índia lançou um ataque com mísseis balísticos de alto poder destrutivo, embora tenha alegado que o ataque falhou em atingir seus alvos.

O confronto se aproxima do que seria o quarto conflito armado entre os dois países desde sua divisão, após o colapso do Império Britânico, mas este seria o primeiro conflito envolvendo armas nucleares de ambos os lados.

O G7, grupo diplomático formado por Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Japão, divulgou uma nota pedindo diálogo entre Índia e Paquistão e exortando "máxima contenção" para evitar uma escalada militar. A nota condena "fortemente" o ataque terrorista na Caxemira indiana, que foi o estopim para a atual escalada, e solicita que ambos os países entrem em "diálogo direto" para buscar uma solução pacífica. O Departamento de Estado dos EUA informou que está em contato constante com os governos da Índia e do Paquistão.












A crise teve início em 22 de abril, após um ataque terrorista cometido por um grupo armado separatista da Caxemira indiana, que matou 26 pessoas, a maioria turistas hindus. A Índia responsabilizou o grupo jihadista Lashkar-e-Taiba (LeT), com base no Paquistão, e acusou Islamabad de envolvimento no ataque, embora o governo paquistanês tenha negado qualquer envolvimento. O LeT, designado como organização terrorista pela ONU, também é suspeito de ser responsável pelos atentados de Mumbai em 2008, que resultaram na morte de 166 pessoas.




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