Especialista alerta: Brasil vive epidemia de saúde mental no trabalho

O Brasil está mergulhado em uma crise silenciosa e crescente no ambiente de trabalho: o adoecimento mental. A afirmação é de Pedro Tourinho, presidente da Fundacentro, que classificou a situação como uma “epidemia”, agravada por anos de desmonte nas políticas de proteção ao trabalhador. Em entrevista ao Conexão BdF, ele destacou que só em 2024 já foram registrados 470 mil afastamentos por transtornos como ansiedade e depressão.
“A cobrança por metas inalcançáveis, o assédio recorrente, a falta de clareza nas funções e jornadas exaustivas estão destruindo a saúde mental do trabalhador”, alertou Tourinho. Para ele, discutir o fim do modelo de jornada 6x1 é urgente.
Ele também responsabilizou diretamente os governos anteriores por esse cenário. “Houve um ataque sistemático às normas de saúde e segurança durante os governos Temer e Bolsonaro. Isso abriu espaço para práticas que desrespeitam a integridade do trabalhador”, criticou.
Tourinho lembrou ainda que o Brasil figura entre os países com mais acidentes de trabalho no mundo. Só neste ano, foram mais de 740 mil registros, incluindo 2,4 mil mortes — números que, segundo ele, podem ser ainda maiores diante da subnotificação e do crescimento da informalidade.