Contratos entre Governo de Goiás no setor da saúde e esquema do "Rei do Lixo" somam quase R$17 milhões


Contratos entre Governo de Goiás no setor da saúde e esquema do Marcos Moura mais conhecido como Rei do Lixo, Antonio Rueda que é presidente do União Brasil (com relação bem próxima com ACM Neto, e a antiga ala do DEM), e o governador Ronaldo Caiado.

A Operação Overclean, conduzida pela Polícia Federal (PF) em parceria com a Receita Federal, o Ministério Público Federal (MPF) e a Controladoria-Geral da União (CGU), investiga um suposto esquema de corrupção relacionado a contratos superfaturados no setor de limpeza urbana e em setores da saúde e da educação, que teria movimentado mais de R$ 824,5 milhões.

O esquema menciona figuras políticas proeminentes, incluindo o governador Ronaldo Caiado, e envolve diversos contratos ligados ao Governo de Goiás. Documentos mostram a conexão do governo de Caiado com o chamado "Rei do Lixo". Alex Parente, um dos principais envolvidos, é sócio-proprietário de várias empresas do setor, como Allpha Pavimentações e Serviços de Construções Ltda. e Larclean Ambiental. Ele é acusado de fraudar licitações e coordenar atividades ilícitas, incluindo o pagamento de propinas.


Uma tabela obtida divulgada pela PF mostra os locais que o grupo estava operando ou em fase de expansão (Divulgação PF)

A PF revelou que o esquema utilizava recursos de emendas parlamentares para inflacionar contratos em pelo menos 12 estados, com Goiás sendo um dos principais alvos, tendo um contrato na área da educação no valor de R$ 35,2 milhões. Além disso, o Goiás246 descobriu que documentos relacionados à saúde em Goiás também foram encontrados, revelando movimentações que somam quase R$ 17 milhões.

Em Goiás

O esquema em Goiás ocorreu através da empresa Qalymulti Serviços Ltda., sediada em Goiânia, e possui como proprietários Alex Rezende Parente, Fábio Rezende Parente e Fap Participações Ltda, empresa essa que possui os mesmos sócio-administradores e sede em Salvador.  


Registro do CNPJ da empresa que atesta que a empresa também possui a Alex e seu irmão Fábio Parente. (Reprodução)

Uma planilha apreendida pela PF menciona diretamente José Marcos Moura, o "Rei do Lixo", que é identificado na documentação como "MM". Ele, junto com Alex Parente, são considerados líderes do esquema criminoso, sendo suspeito de atuar na captação de contratos por meio de suborno a servidores públicos. A decisão judicial ressalta que Moura possui uma vasta rede de contatos e influência política, permitindo que ele interceda junto a autoridades em favor dos interesses da organização, facilitando a execução de contratos e a liberação de pagamentos.

O levantamento feito pelo Goiás 246 encontrou mais de 20 contratos com a Secretária de Saúde: 


No documento há o aditivo de um contrato já existente acrescendo o valor de R$3.478.400,04 e prorrogação do contrato por mais um ano. Além deste contrato existem outros com aditivo e acréscimos de valores.

Contrato entre a Qualymulti e a Secretaria de Saúde de Goiás. (Reprodução)

Os contratos no setor da saúde em Goiás, somando contratos e aditivos alcançam o montante de R$ 16.871.238,64, em variados tipos de serviços prestados de 2017 até 2022. O inquérito 2023.01059 – SR/PF/BA (1007020-14.2024.4.01.3300) menciona explicitamente Goiás como um dos estados com contratos inflacionados. Moura, além de atuar em contratos municipais, teria negociado diretamente com estados como Goiás e Bahia, segundo a Polícia Federal.


Contrato entre a Qualymulti e a Secretaria de Saúde de Goiás. (Reprodução)

No Diário Oficial encontram-se contratos que vinculam diretamente o Governo de Goiás e as empresas de Alex Rezende Parente e seu irmão, Fábio Rezende Parente, para serviços em várias cidades, principalmente Goiânia, Senador Canedo e Iporá. Os contratos contam com assinatura do Secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino Junior, e Fabricio Teixeira Curado ou do próprio Alex Rezende.

O inquérito 2023.01059 – SR/PF/BA (1007020-14.2024.4.01.3300) menciona explicitamente Goiás como um dos estados com contratos inflacionados. Moura, além de atuar em contratos municipais, teria negociado diretamente com estados como Goiás e Bahia, segundo a Polícia Federal.


Silêncio do Governador 

Embora o governador Ronaldo Caiado negue qualquer envolvimento no esquema, a presença de contratos de Goiás na documentação apreendida levanta questionamentos sobre a extensão da participação do estado. Contratos atribuídos à área de educação e à gestão de Organizações Sociais em saúde estão entre os pontos de maior preocupação para os investigadores. O profundo vínculo entre José Marcos Moura, "o Rei do Lixo" e o União Brasil e as movimentações encontradas em Goiás, tornam muito difícil acreditar que o governador e companheiro de partido, Ronaldo Caiado, não tivesse conhecimento dos fatos.


A Operação Overclean revela a necessidade de um controle mais rigoroso sobre o uso de emendas parlamentares e licitações públicas. Goiás se torna um dos focos centrais das investigações, o que pode resultar em desdobramentos políticos e administrativos.








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