Justiça isenta 5 PMs acusados de triplo homicídio relacionado ao assassinato de Fábio Escobar
O Ministério Público de Goiás (MPGO) alegou que a morte de três jovens em agosto de 2021 estava ligada a uma conspiração para encobrir os vestígios da execução de Fábio Alves Escobar, um empresário assassinado em junho do mesmo ano. Segundo o MPGO, as mortes dos jovens estão conectadas ao caso de Escobar. No entanto, o magistrado da 1ª Vara Criminal de Anápolis, que analisaram a situação, concluíram que os agentes públicos agiram em legítima defesa durante uma abordagem de rotina, não encontrando evidências suficientes para relacionar o incidente à morte de Escobar.
Os jovens — Gabriel Santos Vidal, Gustavo Lage Santana e Mikael Garcia de Faria — eram amigos de Bruna Vitória Rabelo Tavares, que foi assassinada um dia antes do trio. Segundo o MPGO, Bruna era a proprietária do celular utilizado para atrair Fábio a uma emboscada em 23 de junho. Um dos policiais absolvidos, o cabo Glauko Olívio de Oliveira, foi apontado pela acusação como um elo entre os três casos, sendo acusado de ter pego o celular de Bruna em junho, matado a jovem em agosto e estar envolvido no triplo homicídio. No entanto, a Justiça não encontrou fundamentos para essa correlação.
Além de Glauko, foram inocentados o primeiro-tenente Adriano Azevedo de Sousa, os cabos Rodrigo Moraes Leal e Thiago Marcelino Machado, e o soldado Wembleyson de Azevedo Lopes. Os juízes decretaram a absolvição sumária dos policiais militares, considerando as acusações do MPGO infundadas. Os promotores já apresentaram recurso, que ainda será analisado. Os policiais estão detidos desde setembro de 2023, e como Adriano estava implicado apenas neste caso, foi concedido a ele um alvará de soltura.
De acordo com a versão do MPGO, os policiais teriam assassinado os amigos de Bruna para culpar os jovens pela morte da jovem. Os policiais já monitoravam as vítimas, alegando investigar seu envolvimento em roubos e tráfico na região, e realizaram a emboscada na BR-060, por volta das 20 horas, longe de testemunhas e câmeras de segurança. Para isso, utilizaram o serviço reservado de monitoramento da própria corporação, abordando os jovens no momento mais propício.
Os policiais militares foram indiciados pela Polícia Civil e denunciados pelo MPGO, e o processo estava na fase posterior à audiência de instrução e julgamento, onde o juiz decide se leva os réus a júri popular. A Justiça poderia optar pela impronúncia, caso não encontrasse indícios suficientes para prosseguir com a acusação. Ao determinar a absolvição sumária, a Justiça afirma que os policiais são inocentes e agiram em legítima defesa.
"Entende-se que existe prova suficiente da exclusão do crime, considerando a excludente de ilicitude da legítima defesa, não conseguindo a acusação realizar demonstração suficiente de que esta situação não ocorreu", afirmam os magistrados na sentença.