Inquérito do golpe: o indiciamento de um general que mais preocupa os militares
A cúpula das Forças Armadas se prepara para enfrentar tempos difíceis pela frente, com o indiciamento de militares de alta patente, a maioria da reserva, no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado para evitar a posse do presidente Lula.
Um nome tem mobilizado investidas dos fardados: o general Augusto Heleno, que foi ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) na gestão de Jair Bolsonaro.
Em conversas reservadas, integrantes das Forças Armadas tentaram mostrar o desconforto que o indiciamento de Heleno pela Polícia Federal pode gerar na caserna. Não tiveram sucesso. Os investigadores estão convictos de que têm elementos suficientes para imputar crimes ao general da reserva envolvendo a tentativa de golpe.
O indiciamento de Heleno virá acompanhado de nomes de peso, como os generais Walter Braga Netto, que foi vice na chapa de Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, e o almirante Almir Garnier Santos.
Sempre que militares entram na mira das investigações, a cúpula militar se vê pressionada por parte dos integrantes das Forças a defender os seus, mas também sabe da obrigação de respeitar as determinações da Justiça. O indiciamento vai ocorrer ainda neste mês.